quinta-feira, 19 de março de 2009

Partida de Xadrez


Imagem em: http://turing-machine.weblog.com.pt/arquivo/xadrez_web.jpg

No tabuleiro de xadrez, peças brancas encontram-se face a face com peças pretas. Para cada cor: 8 peões, 2 torres, 2 cavalos, 2 bispos, 1 rainha e 1 rei são as peças inicialmente disponíveis. O tabuleiro de 64 casas divide-se em 32 casas de cor preta e branca. Com a descrição, pretende-se apenas transmitir a ideia que existe igualdade de circunstância para os dois jogadores.
Um tabuleiro de xadrez não nego, é uma metáfora interessante para o jogo que é a vida. No fundo todos somos peças, algumas de maior importância mantêm-se na retaguarda, outras de suposto menor valor são jogadas às feras logo nos instantes iniciais da partida, de modo a faze-la desenrolar-se com naturalidade. Todas as peças tem a capacidade de matar, morrer e claro permanecer imóveis, tudo está nas mãos dos jogadores que são soberanos nas decisões tomadas.
Um texto sobre uma partida de xadrez, pode-se desenvolver infinitamente tal o paralelismo que oferece ao jogo da vida. Gostaria porém de centrar a minha atenção num aspecto que se relaciona com a cor das peças. Como referido anteriormente, a descrição inicial serviu apenas para transmitir a igualdade de circunstância com que se inicia a partida.
Nada mais errado! As peças brancas são as primeiras a inicia-la e como tal são obrigadas a ter a iniciativa da mesma, tal como acontece no jogo da relação homem-mulher. No fundo os homens não passam de peças brancas, “condenados” a tomar a iniciativa e as mulheres de peças pretas, prontas a responder aos movimentos do seu “adversário”.
Levantem-se vozes mais críticas a proclamar em alto e bom som:
-"Que estupidez! Não faz qualquer sentido, ainda para mais numa sociedade moderna como a actual!"
Sorri-o ironicamente, imagino as críticas e sigo com a exposição. Era desejável que não fosse como referi e que numa sociedade onde se grita a igualdade entre sexos, muita coisa fosse diferente. Que as minhas leitoras (poucas com certeza, a partir deste texto menores, se não chegarem mesmo ao nível 0) não me tomem pela defesa da “idade das trevas” (onde a mulher era submissa ao homem) muito longe disso. Apenas discorro sobre a vossa capacidade de “mandar” numa relação... qualquer relação.
No fundo quem decide como uma relação evolui ou não evolui, de modo consciente ou inconsciente é a mulher. Cada coisa acontece quando a mulher assim o deseja e não quando o homem o pretende. Muitas vezes, porque a sociedade ainda não evoluiu o suficiente para ver uma mulher a tomar a iniciativa, a mostrar-se interessada e dinâmica. Deste modo surge com naturalidade e frequentemente o papel mais passivo da mulher, onde esta se sente mais confortável a responder aos movimentos da peça branca, do que a puxar para si a responsabilidade do tabuleiro.
Felizmente certas situações vão-se alterando, infelizmente com uma velocidade que deixa bastante a desejar. Mas caros leitores, não fiquem desiludidos com esta realidade, no fundo tudo não passa de um jogo que é jogado, repetidamente, indefinidamente até ao xeque-mate final, que a vida nos dá.

4 comentários:

Ana disse...

Ora cá está! a verdade das relações submetida a um tabuleiro de xadrez! agora que fizeste estas revelações, só espero não teres ferido os "sou muito homem"...lol...

Anónimo disse...

Caro Quirino, embora mulher, não posso deixar de te dar toda a razão... Opinião suspeita, dirão as leitoras? Nada disso, só analiso a realidade, ou não faça isso parte da minha profissão...

Anónimo disse...

Embora numa minoria, há mulheres com esta capacidade de peças brancas. Eu não posso estar mais de acordo com o nosso autor, elas conseguem fazer todo o jogo, mas para o jogo começar, eles que convidem =)

MIM disse...

Excelente escrita. Beijinho