sexta-feira, 13 de março de 2009

Escrever!? Apenas porque… Sim!

Não escrevia nada, nem sequer tentava…não se podia chamar falta de inspiração, apenas um desligar repentino, súbito. Como se escrever para ele não fosse mais que um passatempo banal, apenas utilizado para matar o tempo e não uma ramificação da sua existência.
Uma tarde pensou no assunto e assustou-se com a sua capacidade de matar, uma coisa que fazia parte de si. Assustou-se com a sua capacidade de matar a sangue frio, sem o mínimo piscar de olhos, sem o mínimo aviso. Apenas matar! Com toda a brutalidade. Interrogou-se! Como era possível deixar de fazer uma coisa que tanto gostava, que tanto prazer lhe dava, assim… Pum!
Sentiu que não passava de um ser de aço, a quem bastava mentalizar-se de algo para o executar. Num dia dizer, vou fotografar e fotografar compulsivamente; noutro dia dizer, vou escrever e fazer o mesmo sem esforço aparente. Como era possível tanta falta de sentimento, tanta racionalidade fria e gelada...não encontrava resposta. Nem queria! Estava com medo de a encontrar.
Por isso se algum dia perguntar a essa pessoa (se é que se pode chamar pessoa e não robot) porque escreves!? Talvez oiça a resposta, apenas porque...Sim!

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