terça-feira, 19 de agosto de 2008

Yukio Mishima



Yukio Mishima pseudónimo de Kimitake Hiraoka, nasceu em Tóquio em 1925. É, ou foi um dos escritores mais brilhantes do Japão contemporâneo. Autor de uma obra tão diversa como abundante – ensaio, teatro, romance e novela, galardoado com três dos maiores prémios literários japoneses, aos 45 anos, Yukio Mishima atingira grande reconhecimento literário no seu país e além-fronteiras.
O seu exaltado patriotismo, o seu nacionalismo, levou-o a tentar, em 1970 um golpe de estado que falhou. Então Mishima, de acordo com o código de honra tradicional, praticou o “seppuki”.
Quereria Mishima um retorno do seu país ao imperialismo? Segundo todos os factos, nada leva a crer que fosse esse o seu objectivo. Havia, sim, no grande apreciador do “Hahakuré” (o último código de honra de dos militares nipónicos na guerra do Pacífico, redigido no século XVIII), o gosto amargo de uma “idade de ouro perdida”, “prostituída” por toda uma máquina de produção que se sobrepõe ao próprio homem. Havia a nostalgia aos cultos do espírito, e Mishima preocupava-se sobremaneira em “ser excelente nas artes literárias e marciais”. Um samurai? Sim, um samurai que não deixava de colher os benefícios da era que atravessava, vivendo no meio do conforto, mas praticando, por exemplo, com toda a aplicação, a esgrima “kendô”. Um homem cheio de contradições, que não se conformava em ser um homem cheio de contradições...Prova-o a sua morte, quando depois de exaltar os soldados a retomarem as tradições de grandeza e gritar três vivas ao imperador, abriu as entranhas com os golpes rituais.



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