Quando chegou a excitação era grande, pois muito ouvia falar de tal local onde as praias eram numerosas e sem vagas de veraneantes, o mar verdadeiramente salgado com uma cor incaracterística algures entre o verde, cinzento e azul forte, as escarpas e falésias de xistosidades de cor preta, creme, castanha...enfim um paraíso terrestre relativamente pouco explorado, se bem que nunca se sabe qual a evolução estúpida e descontrolada que possa existir no futuro, à semelhança do que aconteceu no Algarve.
Palavras!? perdeu-as ao longo da estadia, apenas as imagens que captava com a sua fiel companheira conseguiam registar vagamente os seus sentimentos. Em algumas situações os sabores, aromas e visões que se deslocavam do mar para a sua mesa, noutras o prazer de estar e confraternizar com os seus amigos, com um copo de vinho ou mini na mão, ou cigarro de enrolar que soltava o seu fumo espesso e aromático, que se embrenhava nos seu dedos, lábios, dentes, língua, garganta, pulmões e nariz ajudavam a pintar um quadro geral, onde as impressões iam sendo deixadas, como as várias matizes de diferentes cores que compõem a luz. Dois momentos porém se sobrepuseram aos restantes, ao longo desses dias, ou melhor, não se sobrepuseram deixaram sim, uma marca mais profunda no quadro. Por vezes a sorte desempenha um papel fundamental no destino, e para seu gaúdio a sorte quis que em Zambujeira existisse lua cheia.
Na segunda noite, existia uma neblina marítima, o céu alternava entre o negro e o cinzento, devido às nuvens que por vezes tapavam a lua, nessa noite ele e um amigo seu pegaram cada um no seu saco-de-cama, e dirigiram-se à praia, com o objectivo de passar aí a noite. Ao descer uma imensa escadaria notou que não havia ninguém por perto, apenas ele, o seu amigo e os elementos da natureza estavam presentes, não pode deixar de sentir a sua insignificância em relação à imutabilidade dos elementos, porém nenhum destes era agressivo ou desconfortável para com eles, o vento apenas movimentava as nuvens bem lá no alto, a areia mole e os seus grãos entranhavam-se nos ténis e nas meias, o mar que não parava de suspirar por atenção, e a lua que lhes iluminava o caminho, a areia, o mar e mudava toda as sombras e efeitos de luz. O sentimento de paz e tranquilidade envolveu-os, e assim facilmente o sono caiu sobre os seus corpos cansados.
Com o decorrer dos dias e da sua observação, percebeu para sua felicidade que muitas praias eram de difícil acesso. Escadas muito íngremes, carreiros no meio de mato, pó e terra suficiente para afastar os “alérgicos”, cafés e banheiros inexistentes nas praias. Um verdadeiro paraíso que à partida afasta os menos felizardos que fisicamente não possam superar as barreiras naturais, os ditos “alérgicos” que tem dificuldade em aceitar não poderem por o carro dentro da praia, como fazem nas suas cidades vandalizando os passeios que por lei pertencem aos peões, e muitas famílias que devido aos cuidados dos papás e das mamãs com os seus meninos, tem medo que algo aconteça com os seus rebentos, ou pura e simplesmente não estão para se maçar, afinal os pobres estão de férias.
3 comentários:
Espectacular é a unica palavra que me ocorre!
Tá linda a tua descrição das nossas férias, as fotos tão espectaculares (afinal valeu a pena por todos os momentos em que ficaste para trás).
Muitos parabens, tens um grande dom, aproveita-o :)
beijinhos, xana
Acho que o mínimo que te posso dizer, é: ESCREVE UM LIVRO. Começo a ser repetitivo ao dizer que escreves muito bem mesmo. Por isso, acho que deves mandar o link do teu blog para um jornal ou uma coisa do género. Imagino a vontade das pessoas ao ler o post SW, eu estive lá contigo e cada palavra que escreveste foi uma verdade diferente. Os meus parabens Bro
muintos parabens puto adorei o que escreveste. axo que o david tem razão em te dizer para tu editares um livro...
adorei o pouco tempo que lá estivemos mas esse tempo foi sinplesmente espetacular, adorei...
abraço
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