Yukio Mishima pseudónimo de Kimitake Hiraoka, nasceu em Tóquio em 1925. É, ou foi um dos escritores mais brilhantes do Japão contemporâneo. Autor de uma obra tão diversa como abundante – ensaio, teatro, romance e novela, galardoado com três dos maiores prémios literários japoneses, aos 45 anos, Yukio Mishima atingira grande reconhecimento literário no seu país e além-fronteiras.
O seu exaltado patriotismo, o seu nacionalismo, levou-o a tentar, em 1970 um golpe de estado que falhou. Então Mishima, de acordo com o código de honra tradicional, praticou o “seppuki”.
Quereria Mishima um retorno do seu país ao imperialismo? Segundo todos os factos, nada leva a crer que fosse esse o seu objectivo. Havia, sim, no grande apreciador do “Hahakuré” (o último código de honra de dos militares nipónicos na guerra do Pacífico, redigido no século XVIII), o gosto amargo de uma “idade de ouro perdida”, “prostituída” por toda uma máquina de produção que se sobrepõe ao próprio homem. Havia a nostalgia aos cultos do espírito, e Mishima preocupava-se sobremaneira em “ser excelente nas artes literárias e marciais”. Um samurai? Sim, um samurai que não deixava de colher os benefícios da era que atravessava, vivendo no meio do conforto, mas praticando, por exemplo, com toda a aplicação, a esgrima “kendô”. Um homem cheio de contradições, que não se conformava em ser um homem cheio de contradições...Prova-o a sua morte, quando depois de exaltar os soldados a retomarem as tradições de grandeza e gritar três vivas ao imperador, abriu as entranhas com os golpes rituais.
Sem comentários:
Enviar um comentário